Eu quero lá saber da bola!

De forma sintética e explícita o Ti Joaquim desvenda a verdade mais profunda sobre o que nos faz trocar as pantufas, o sofá e a manta de xadrez (ou de polartec para os mais modernaços) por pavilhões gelados ou recintos onde o canto mais confortável é aquele pedragulho, sob o risco de estorricarmos irremediavelmente os miolos ou termos a lucidez dissolvida pela chuva.
Masoquistas! clamarão os não eleitos. Mas nós e o eminente Filósofo Ti Joaquim fomos iluminados e acolhidos nesta irmandade. O Mestre Ti Joaquim, na sua sabedoria, metaforiza: "Eu quero é dizer asneiras!", querendo simbolizar o poder de catarse, de intervenção, de transformação, de pertença que esta bola proporciona e que nos estão mais ou menos vedados nas nossas existências civilizadas e correctazinhas.

Como em todas as seitas, também na nossa seita uns são mais praticantes que outros: radicais fanáticos, beatos, crentes não praticantes e ovelhas tresmalhadas, temos de tudo. O Mestre Joaquim dá asneiras! E o que cada um dá, é proporcional ao gozo que tira e cada um dá o que sabe, gosta, consegue e tem coragem de dar.

Que a ordem é pobre, que não temos convento, que as sandálias de franciscano magoam os pés, que a esmola é pouca, que temos poucos fiéis já nós sabemos. Mas ainda assim, com as cores da nossa confraria ao peito, vilipêndios afinados e vontades na ponta da lingua, marchamos atrás do Divino Mentor Ti Joaquim, prontos para mais uma intifada.

Desculpem a seca, mas eu quero lá saber da bola!!!